26.4.10

Culto e Grosso - Os perigos do respeito automático

Estava outro dia debatendo na Carl Sagan sobre infanticídio indígena praticado ainda por volta de vinte etnias entre as mais de duzentas do Brasil. Esse princípio tribal leva à morte não apenas gêmeos, mas também filhos de mães solteiras, crianças com problema mental ou físico, ou doença não identificada pela tribo. Basicamente uma espécie de eugenia orientada pelas crenças tribais, onde saúde pública, cultura, religião e legislação travam combates intermináveis acerca da validade de uma intervenção legal da União nesse problema. Há projetos ainda em tramitação no Congresso que versam sobre esse assunto, chamado Lei Muwaji, em homenagem a uma índia que recusou-se a dar seu filho para sacrifício. Para detalhes muito precisos do escopo jurídico envolvido, visitem o Palavras Sussurradas. Onde realmente quero chegar é: o quanto a cultura (seja ela religiosa, de gueto, étnica etc.) pode ou não estar acima da lei escrita de um país?

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15.4.10

RT @felipe_leme (Via "O Melhor do Twitter")

"O cara só é sinceramente ateu quando está muito bem de saúde." [1]

Ergo, religiosos são todos um bando de doentes.

13.4.10

Tem horas que o silêncio cínico é a melhor defesa

Se soubesse disso, talvez o Vaticano não estivesse em um perrengue tão grande...

A pedofilia é uma parafilia, um desvio comportamental que não é aceita em nossa sociedade ocidental, o mesmo não pode ser dito em outras culturas orientais que incentivam o casamento desde muito tenra idade. Não vou me aprofundar aqui sobre variantes do tema como excitação por figuras infantis, lolitas, violência sexual etc. Vou me ater somente ao fato da afeição eroto-sexual de um adulto por uma criança.

A homossexualidade é uma característica humana também muito comum em diversos grupos animais que de alguma forma, faz parte tanto de de nossa herança genética quanto de nossa bagagem cultural, sendo que, pelo menos do meu ponto de vista, a primeira tem precedência sobre a segunda. É muito mais comum que a massa supõe e nem de longe portadora de perversões que a maioria acredita e abomina, segundo estudos do Núcleo de Opinião Pública (NOP), realizada pela Fundação Perseu Abramo em parceria com a alemã Rosa Luxemburg Stiftung.

Vamos da parte que a ICAR está atolada em uma onda de denúncias de pedofilia, onde um relato encoraja outro a sair do armário da opressão, da vergonha, da humilhação e juntos fazem uma tempestade que tem deixado Bento XVI em saias justas e curtinhas. Parte do dano à imagem da igreja católica tem partido da explosão de munição em seus próprios paióis, como a última coletiva do Secretário de Estado do Vaticano em visita ao Chile, cardeal Tarcisio Bertone, onde afirmou que é o homossexualismo e não o celibato o maior vilão dos crescentes casos de escândalos de pedofilia que tem assolado a Europa e os EUA.

A ocupação de pároco é selecionada por gênero, uma vez que só homens são ordenados como padre. E mesmo com a brecha dentro do Redemptionis Sacramentum (Cap.II, §47) do Vaticano permitindo meninas e mulheres na função de coroinha, elas são uma diminuta fatia na função de assistência. A bem da verdade, elas sempre foram abolidas com máxima repulsa e terminantemente dos serviços, como as palavras do predecessor titular do então Ratzinger, Papa Bento XIV:

"Pope Gelasius in his ninth letter (chap. 26) to the bishops of Lucania condemned the evil practice which had been introduced of women serving the priest at the celebration of Mass. Since this abuse had spread to the Greeks, Innocent IV strictly forbade it in his letter to the bishop of Tusculum: "Women should not dare to serve at the altar; they should be altogether refused this ministry." We too have forbidden this practice in the same words in Our oft-repeated constitution Etsi Pastoralis, sect. 6, no. 21."

É, então, muito recentemente que meninas passaram a ser toleradas dentro das fileiras católicas, mesmo assim apenas como assistentes. Portanto, justificar a pedofilia com base no comportamento homossexual é leviano, uma vez que a própria estrutura hierárquica católica sempre beneficiou homens e meninos dividindo a escura sacristia lá atrás. Portanto, é um erro (para não falarmos em mau-caratismo) a conclusão de que só gays são pedófilos. É como concluir que todos os homens são potencialmente estupradores apenas por terem um pênis balançando entre as pernas.

Mas já que falamos em práticas paroquiais, não custa lembrar que, assim como coloquei em uma postagem anterior, dados de um estudo chamado John Jay Study, encabeçado pelo John Jay College of Criminal Justice of the City University of New York que desde 1950 mapeia e cataloga as acusações feitas contra padres que abusaram de menores de 18 anos. Os números mostram que os casos de pedofilia dentro da igreja são de ordem tal que superam a incidência na sociedade secular. No mínimo quatro vezes mais crianças são estupradas ou levadas a ter relações sexuais com adultos dentro de uma igreja católica do que fora dela.

"Só nos EUA, único lugar com estatísticas concretas sobre padres que cometeram abusos sexuais [com menores], 4.392 sacerdotes católicos foram denunciados por esse tipo de crime entre 1950 e 2002. Isso dá 4% do total de pessoas que exerceram o sacerdócio no país nesse período. Um número alto, ainda mais tendo-se em mente que menos de 1% da população pode ser classificada como pedófila."


Só pra lembrar e para não dizerem que é um herege/maldito ateu falando, Cláudio Hummes, cardeal prefeito da Congregação para o Clero do Vaticano, reconheceu em entrevista ao jornal espanhol El Periódico Extremadura que casos de pedofilia afetam 4% dos padres católicos, o que representaria cerca de 20 mil sacerdotes em todo o mundo. Um exército sistematizado de 20 mil homens que desfrutam da proteção de uma megainstituição que preza por demais por sua imagem e poder, que usa sua fortuna para esconder da mídia seu protetotado, que na grande maioria dos casos é reincidente e confiante na imunidade garantida pelo alto clero.

Cabe então aqui versar sobre as estatísticas demográficas [1] [2] de gays e lésbicas. Nos Estados Unidos, 4% da população votante se declara homoafetiva (se levarmos em conta que o processo democrático por lá é facultativo e que é um país extremamente religioso, praticamente com alvará assinado para ser uma teocracia, esse número pode ser muito maior, posto que muitos ainda devem estar trancados dentro de seus respectivos armários), assim como entre 6% e 20% na Europa, respectivamente para os bretões e noruegueses, esses últimos muito mais próximos do número que eu estimaria com chance menor de errar. De posse desses dados bem preliminares, já dá pra ter uma idéia de onde podemos chegar. Pra começar, não dá pra afirmar a partir deles que a população é homogênea numericamente e equidistribuída em seus nichos. Por exemplo, que menos de 1% dos 4% que se assumem gays nos EUA são pedófilos. Da mesma forma que o contrário também não pode, daí a declaração do cardeal Tarcisio Bertone é falaciosa, como de hábito; no mínimo desinformada e preconceituosa. Como controle de danos é uma prática comum nos arredores da Praça São Pedro, parece que a ICAR prefere ser chamada de reduto de homofóbicos do que antro de pedófilos.

12.4.10

Apicibus juris

Saiu na Folha Online e no G1 desse segunda que os escritores Richard Dawkins e Christopher Hitchens tem intenção de processar o atual Papa Joseph Ratzinger pelo seu papel nos casos de abusos sexuais envolvendo padres da Igreja Católica, acelerado pelas últimas dezenas de denúncias que tem aflorado na mídia [1] [2] [3], sobretudo a prova mais recente, uma carta endossada por Bento XVI onde sugere que o escândalo de um afastamento de um padre não poderia ser levado à cabo pelos respingos na imagem da ICAR. O processo seria local, restrito à justiça do Reino Unido, país onde o pontífice visitará em setembro, mas também teria um outro rolando em paralelo na Corte Penal Internacional. Segundo a reportagem, há precedente histórico nesse tipo de processo com o Pinochet, que foi preso quando em visita a Londres em 98. Exageros à parte, há indícios de que no mínimo quatro vezes mais crianças são estupradas ou levadas a ter relações sexuais com adultos dentro de uma igreja católica do que fora dela.

Independente da plausibilidade legal ou não disso acontecer (e muito menos do Papa ir para o xilindró virar noivinha com direito a aliança de barbante), uma coisa interessante pode brotar desse processo, que em si não vejo chances de dar em alguma coisa, pelo menos se tratando de uma ferramenta da jurisprudência. Talvez, e uma talvez muito cauteloso e cético, uma controversa semana de debates em algumas mídias abrirá espaço para a exposição do antônimo de uma coisa que muitos realmente acreditam: que o papa não é intocável.

Fora essa pretensa exposição na grande mídia do ateísmo militante (não sei se isso é realmente uma coisa boa; tampouco gosto do rótulo), a falibilidade e vulnerabilidade do Papa podem a vir ficar um pouco mais óbvias. Não que ele vá ser preso, mas pelo menos as pessoas vão saber que ele não é imortal, que não é perfeito e que, principalmente, não está acima da lei.

11.4.10

Denúncia: Documentário explora os bastidores da pedofilia na ICAR

Ainda bem (e é um "ainda bem" muito relativo, mas em face ao vídeo abaixo, acho que foi até bom) que fui criado cristãozinho-da-mamãe nas fileiras do mundo evangélico.

Isso é um vídeo de humor, caso não tenha captado a coisa de primeira. Achei ele lá no Bule Voador. Recomendo a leitura. E sim, eu ri pra caralho! hahaha

4.4.10

Mulher de malandro

O que é um católico senão aquela mulher enganada pelo marido e que insiste em sua santidade, não querendo ver o canalha que ele é? Que leva na cara de vez em quando mas ao invés de rebelar-se e denunciá-lo, calca dentro de si a certeza de que aquilo foi só porque ele é a cabeça da casa, e que é direito dele aplicar corretivos pois ele pode, ele é o homem, ele é representande do divino na terra. Que prefere conviver com o facínora que a agride, que a tolhe e que limita seu potencial pois desconhece a vida sem seu homem, que a parasita e se aproveita de seu trabalho. Desconhece que existe um vida fora daquela casa de horrores antiquada, dissoluta em seus valores há muito defasados, retrógrada em suas maneiras, débil em seus rituais decadentes, que exige respeito sem no entanto dar-se ao respeito. E que sempre escuta desculpas esfarrapadas, que acredita que ele vai se regenerar, apenas para uma semana depois estar novamente no lixo boêmio que desafia até as leis da sociedade. Infindas desculpas, intermináveis historinhas que só a mais crédula criatura poderia exercer a falta de dignidade de fingir que acredita na sua regeneração. O eterno marido nunca se cansa de arranjar seus cúmplices para justificar seus atos. Tem em seus comparsas o álibi perfeito para todo tipo de comportamento inadequado. Sabe que a ignorância da sua propriedade não tem fim e que é mansa, dócil e aceita qualquer coisa em seus terminais. O que é um católico senão a pobre coitada que mesmo com o rosto ainda dolorido pela surra, submete-se aos seus caprichos, oferecendo seu espírito à sodomia santificada da negação da realidade.

RT #círculos (Via @LuisFVerissimo)

Dado o formato de 140 batidas que o Twitter nos impõe, juntei uma série de postagens do Luis Fernando Veríssimo no Twitter sob a tag #círculos em um único texto. Não mudei uma vírgula, um ponto ou um espaço. Se ficou ruim, é minha culpa. Se é genial, é culpa dele.

"Certos fatos são como os círculos concêntricos que se formam quando a proverbial pedra cai no proverbial lago. Certos fatos têm um significado imediato e têm as conotações que se alastram, com significados cada vez maiores. Essa questão dos padres pedófilos, por exemplo. No seu centro, há o drama individual de um homem e sua compulsão doentia, e das suas vítimas. O significado seguinte é o da condição antinatural do homem, obrigado ao celibato ou condenado à hipocrisia.

Outro significado é o poder da religião sobre seus fiéis, expressa na imagem do rebanho, mas sem nenhuma garantia do caráter do pastor. Seguindo esses círculos sucessivos, fatalmente você chegará à neurose sobre o sexo, que está na base da nossa civilização. A demonização do sexo e a misoginia são constantes da cultura judaico-cristã e o islamismo não fica atrás. O celibato protege o padre do contágio do mal pelo contato com a mulher, descendente de Eva, a primeira desencaminhadora. O último dos círculos irradiados tem a ver com a Igreja e seus costumes, como a demora em reconhecer seus erros. Entre o acobertamento e a omissão, a hierarquia da Igreja tem muito a ver com os crimes praticados por seus sacerdotes.

Mas nada disto afetará sua majestade. Ela sobreviveu à Inquisição, à perseguição aos judeus, à resistência as revelações da ciência, à cumplicidade com tiranos, e pediu desculpas. Ainda hoje dita o comportamento sexual de milhões de pessoas, apesar da sua posição retrógrada na questão dos anticoncepcionais. Mas um dia pedirá desculpas
por isto também.

O que é eterno não precisa ter pressa."

2.4.10

Bazinga!


Já virou tradição. Todo ano troco minha frase no MSN para algo como "Voltei pra igreja", "Soldado de Cristo" ou qualquer coisa assim. Ano passado foi até mais divertido pois acreditaram com muita fé na minha "regeneração".

Incrível como o tom é sempre como se eu estivesse enfermo, como se estivesse padecendo em um leito de racionalismo. Crédito para o André do CetNet por ter inventado a lorota maluca da IKEA da Palestina, da Tok&Stok da Galiléia. Eu ri. Enfim, bazinga pra vocês!

1.4.10

Móveis do século I encontrados na Judéia foram feitos por Jesus, dizem cientistas (Via Ceticismo.Net)

A notícia abaixo foi dada pelos Senhores do CetNet e portanto dignas de serem sorvidas e aceitas como verdades que são. Eu mesmo, apesar de meu ceticismo, vi-me em uma situação onde minha falta de fé foi abalada por incontestes provas da existência de Jesus. Não mais há espaço em meu coração para outra coisa senão a observação de que o filho de Deus existiu de verdade, é/foi/será para sempre nosso salvador. A hora final se aproxima e não gostaria de que eu, meus amigos e aqueles que tanto amo fossem tragados para o limbo que será a Terra em seu momento de tribulação, conforme está escrito no último livro de João. É hora ainda para arrepender-vos do pecado. É hora ainda de aceitar Cristo como seu único mestre, rei e senhor. Orarei por todos, pois o juízo se aproxima. Abaixo um trecho da notícia e o link para a página com a íntegra.

"Uma equipe de arqueólogos italianos da Universidade de Roma estudam móveis encontrados em uma das grutas existentes no deserto de Neguev. Os artefatos, descobertos por acidente depois que um míssil do Hamas abriu uma fenda na montanha de Rosh Azazel, despertaram curiosidade na região e nos centros acadêmicos. O Vaticano, recentemente enviou arqueólogos de diversas universidades europeias para analisar as peças e, ao que parece, teriam sido os móveis feitos por Jesus de Nazaré, antes de ele começar o seu ministério.

De acordo com o Dr. Rodrigo Bórgia, chefe do Departamento de Arqueologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, a descoberta não só é extremamente importante para entendermos o passado, como esclarece um dos grandes mistérios do Cristianismo, que era a vida particular de Jesus antes de iniciar seu ministério e preencher uma das lacunas existentes."

Mais informações acerca desse assunto aqui, direto do canal no YouTube do L'Osservatore Romano, onde o Dr. Shariff comenta sobre o achado.