Sam Harris: A ciência pode responder questões morais
A ciência, ou melhor, o método científico, versa sobre a compreensão empírica do universo, sobre relações quantificáveis entre forças, matérias e tudo o mais que compõe nosso ambiente. Desde o nanocosmo das subpartículas, o microcosmo da vida unicelular, passando por nossa realidade média perceptível aos sentidos até chegar ao macrocosmo das estrelas, ela é, e acho que posso cometer esse superlativo, nossa melhor ferramenta para compreensão do que nos cerca. E mesmo toda ciência sistematicamente acumulada nesse poucos séculos, parafraseando Einstein "comparada com a realidade, é primitiva e infantil — e, no entanto, é a coisa mais preciosa que temos".
Retirando aqueles poucos que preferem o primitivismo literal (mas que continuam a usar seus benefícios e repudiando seus métodos), mesmo entre os mais moderados, há quem diga que ela sozinha, embora tenha uma enorme capacidade de explicação e de autocorreção, ela é incapaz de fazer uma coisa: juízo de moral. Que dentro de seu escopo de conhecimento, a ciência não pode responder a questões como: O que é bom e o que é mal? Pelo que vale a pena viver? Pelo que vale a pena morrer? O que é uma boa vida? Quais são os parâmetros do altruísmo? A que valor maior devemos nossas escolhas e arbítrio? Seria a ciência capaz de fazer escolhas morais? Uma sociedade sem religião poderia ser possível se apararmos as arestas certas nos fazendo as perguntas certas? Se empregarmos o método científico de forma que posicionamentos culturais relativistas possam dar lugar a uma conclusão empírica baseada na mesma tomada de decisões que que a ciência faz uso?
Aproveito para recomendar a quem não conhece o TED