11.6.07

Planetário

Nesse domingo eu fui ao Planetário da Gávea, um programa absolutamente perfeito para levar os petizes que nutrem interesse por ciência, sobretudo astronomia e evolução humana. Um lugar com dezenas de experiências e demonstrações dos fenômenos físicos espaciais. Inclusive com uma nave que ensina sobre os planetas, gravidade e principais características.

Outro ponto forte é o ensino de ciência elementar, sem influências criacionistas tolas ou fanatismo. Dentre muitas atrações interativas, um jogo ensina quais as características principais um sistema estrela-planeta precisa para poder suportar vida (magnitude estelar, massa do planeta e distãncia da estrela), perfazendo depois em caso de acerto todo o caminho da vida, desde seus blocos mais simplificados (elementos quimicos e moléculas) até os organismos mais complexos.

Mas bacana mesmo são as apresentações com projeção de multivídeo na cúpula principal, onde o filme fala dos mitos gregos e como eles acabaram por dar nome aos planetas e demais astros do cosmo. E frisando bem na palavra "mitos" e de como ela significa deuses inventados pelo homem no decorrer de sua infância na terra, e de como essas crenças do passado são incompatíveis com a sociedade moderna (não citam as crenças cristãs ocidentais, mas ok...).

Tudo isso por apenas R$6 por pessoa (para os cariocas, basta apresentar a carteira de identidade para ganhar desconto de 50% no ingresso). Essa e outras promoções da cidade estão aqui.

8.6.07

Gayneralização

Estava outro dia discutindo na comunidade Ateus-BR sobre casamento homosexual e me surpreendi com a opinião de um dos participantes do fórum. Como a maioria das pessoas ignorantes, desconhece a atitude humanística de olhar, se não todos, pelo menos a maioria dos ângulos de uma questão. O supramencionado era contra o enlace por motivos puramente preconceituosos, ignorando a necessidade que gays e lésbicas têm daquele papel.

Tenho certeza que os homosexuais não querem entrar obrigatoriamente de véu e grinalda numa igreja, para se casar conforme manda o figurino cristão (até porque eles não são bem-vindos dentro daquelas portas). Mas a igreja, com sempre, quer se intrometer na discussão social do tema, objetivando proibir a união inclusive em terrenos onde ela jamais deveria pisar: na sociedade civil organizada. Assim como o papa e a massa cristã cega, não vê a importância social da união civil legal, apenas vê o lado festivo da coisa, achando que "os degenerados" querem imitar os ritos da sagrada família católica.

Não percebem o quanto uma certidão de nascimento é importante para os homosexuais, como por exemplo para financiar a compra de um imóvel, pagar um único plano de saúde, garantir os direitos legais em caso de morte do parceiro(a) ou para assinar pelo cônjuge em caso de acidentes. Para quem não precisa, como a maioria onde me incluo, tais certidões são completamente desnecessárias, são meros documentos impressos para deixar meia dúzia de viados contentes, não é mesmo?

O melhor caminho para se cometer injustiças é a generalização. Mesmo em casos rigorosamente iguais sempre tem algumas nuances sutis que impedem que tudo seja amarradao na mesma situação-estanque. E espero que a sociedade tenha um pouco de bom-senso e comece a pensar mais com o cérebro do que com o músculo do medo.

2.6.07

H.L. Mencken

Em tempos de visita do Papa Bento XVI ao Brasil, lembrei-me desses breves parágrafos de Henry Louis Mencken (1880-1956) jornalista literário americano e um satírico por excelência. Dou créditos aqui para o Fabiyo/CBCC por ter postado primeiro essa jóia.

"É uma boa notícia para aqueles românitcos otimistas que gostam de acreditar que a espécie humana é capaz de atos racionais. O que poderia ser mais lógico do que o suicídio? O que poderia ser mais despropositado do que continuar vivo? No entando, todos nos agarramos à vida com desesperada devoção, mesmo quando o que resta dela é palpavelmente frágil e cheio de agonia. Metade do tempo dos médicos é desperdiçado bombeando vida em cacos humanos, que não têm nenhuma razão inteligível para continuar vivendo, asism como uma vaca tem para continuar dando leite.

Passo por cima das objeções teológicas à autodestruição por serem muito sofísticas para merecerem resposta séria. Desde o começo, o cristianismo pintou a vida na terra como algo tão triste e vazio que seu valor se tornou indistinguível do de uma merdinha. Então, para que aferrar-se a ela? Simplesmente porque sua inutilidade e dissabores são parte da vontade do Criador, cujo amor por Suas criaturas consiste curiosamente em torturá-las. Se elas se revoltam nesse mundo, serão toruratas um milhão de vezes mais no próximo."


Antes que me acusem sem conhecimento de causa, ateus respeitem sim a vida e nem de longe fazemos pouco caso dela. Se formos olhar pelo lado metafísico, nós damos um valor muito maior para a existência terrena, uma vez que não acreditamos em vida após a morte, reencarnações e etc. Mas apenas creio que as discussões sobre o aborto e a eutanásia deveriam estar separadas da esfera clerical, permanecendo no campo laico da sadia opinião pública despida de preconceitos e cegueira religiosa. Mas isso é assunto para outro post.