12.4.10

Apicibus juris

Saiu na Folha Online e no G1 desse segunda que os escritores Richard Dawkins e Christopher Hitchens tem intenção de processar o atual Papa Joseph Ratzinger pelo seu papel nos casos de abusos sexuais envolvendo padres da Igreja Católica, acelerado pelas últimas dezenas de denúncias que tem aflorado na mídia [1] [2] [3], sobretudo a prova mais recente, uma carta endossada por Bento XVI onde sugere que o escândalo de um afastamento de um padre não poderia ser levado à cabo pelos respingos na imagem da ICAR. O processo seria local, restrito à justiça do Reino Unido, país onde o pontífice visitará em setembro, mas também teria um outro rolando em paralelo na Corte Penal Internacional. Segundo a reportagem, há precedente histórico nesse tipo de processo com o Pinochet, que foi preso quando em visita a Londres em 98. Exageros à parte, há indícios de que no mínimo quatro vezes mais crianças são estupradas ou levadas a ter relações sexuais com adultos dentro de uma igreja católica do que fora dela.

Independente da plausibilidade legal ou não disso acontecer (e muito menos do Papa ir para o xilindró virar noivinha com direito a aliança de barbante), uma coisa interessante pode brotar desse processo, que em si não vejo chances de dar em alguma coisa, pelo menos se tratando de uma ferramenta da jurisprudência. Talvez, e uma talvez muito cauteloso e cético, uma controversa semana de debates em algumas mídias abrirá espaço para a exposição do antônimo de uma coisa que muitos realmente acreditam: que o papa não é intocável.

Fora essa pretensa exposição na grande mídia do ateísmo militante (não sei se isso é realmente uma coisa boa; tampouco gosto do rótulo), a falibilidade e vulnerabilidade do Papa podem a vir ficar um pouco mais óbvias. Não que ele vá ser preso, mas pelo menos as pessoas vão saber que ele não é imortal, que não é perfeito e que, principalmente, não está acima da lei.

2 comentários:

Anônimo disse...

O QUE É SEU ESTÁ GUARDADO!
AGUARDE!
NÃO FALTARÃO CORDAS...

Rodrigo Souza disse...

Vai me dar um piano de presente?