16.8.07

Canonização feita em casa

Ri sozinho durante cinco minutos ao ler essa receita do blog Ceticismo, ensinando como fazer um deus em 10 passos básicos. Depois de enxugar as lágrimas lembrei que, fora o extenso panteão criado para partidas de RPG, já tive minha experiência teogênica na distante oitava série.

Nessa época inventei de disseminar um boato para o dia 12 de junho. Era abril quando comecei a plantar (o boato!) aqui e ali que nessa data comemorava-se o dia de São Chaparral, padroeiro dos maconheiros, dos apreciadores de ganja e dos simpatizantes do cigarrinho do capeta. A história repercutiu além dos muros da escola e ganhou às ruas. Há uns anos escutei alguém falando no seu nome, mas nem sei se era o mesmo São Chaparral ou uma manifestação expontânea.

Como a essência das falácias e das lorotas são os detalhes, já no final do extinto segundo grau, completei algumas lacunas da história com dados mais fidedignos. A coisa ganhou ares de verdade quando anexei à lorota dados sobre a adaptação onomástica do nome Chaparral como sendo originado de Chamberlain, um padre jesuíta e missionário inglês que havia se desligado da ICAR e aderido as rastafarianismo lá pelos idos do séc XIX, em Georgetown, Jamaica.

São Chaparral, o primeiro santo apócrifo da igreja católica. Seu maior legado foi a introdução do defumador nas missas da liturgia católica e do consumo de hóstias salgadas ao final das cerimônias.

Amém.

9.8.07

Quasímodeus

Ontem uma amiga de uma comunidade passou o link de um vídeo do YouTube de uma montagem de fotos e vídeos em cima de uma música sobre o Lula (o que causou um certo desentendimento dentro da mesma motivado pelas posições políticas de certos membros...) Até aí, nada demais. Deve ser o duocentésimo vídeo sobre o mesmo paradigma patriótico de tempos de crise (que eu apoio, devo adiantar-me). A montagem está muito bem feita, com o tempo da música casando perfeitamente com as imagens. Parabéns ao btoscano24, autor do vídeo, pelo trabalho QUASE perfeito. Não estou tirando o mérito do trabalho do Toscano, tanto que o parabenizo mais uma vez pelo talento de videomaker e deixo a obra dele aqui pra quem quiser conferir:


Você ainda pergunta por que digo QUASE?

Logo no início (00:31), a música diz "uma elite sem deus é quem domina". Tenho certeza que ao escolher a música o autor se ateve ao conteúdo socio-político que o Zé Ramalho quis enfatizar na letra da mesma. É inegável que o compositor tenha tido êxito em sua obra — como já é costumeiro do artista — só que a mensagem está carregada, senão de preconceito, no mínimo com uma visão estupidificada pela ingenuidade da fé (prefiro chamar assim para não entrar no âmbito da hipocrisia teísta).

Como se o fato de alguém acreditar em uma mitologia tão prenhe de bobagens quanto qualquer outra inventada pelo homem, fizesse de tal crédulo alguém prontificado a melhorar a condição política vigente ou qualquer outra ação de benevolência. Isso é um conformismo tacanho e uma forma branda de demagogia acéfala em prol de uma crença que passou muito longe de ter feito bem para a humanidade. E todo mundo bate palma sem sem ao menos parar pra pensar sobre o que realmente estão escutando/assistindo por aí.

5.8.07

São Paulo

Cada vez que viajo para Sampa fico mais convencido de que que ali encontrei meu lugar. Espero morar lá em breve, tão logo a cadeia certa de acontecimentos venha a se desdobrar. Até lá, fica sendo minha segunda casa.